Pastéis de Nata

E depois das 'Postas de Pescada', eis que este Blog é novamente presenteado com uma alusão alimentar, desta toma, numa sentido mais real que figurativo que o primeiro. Será meu dever, antes de mais, avisar os leitores cujas mentes mais susceptíveis sejam facilmente feridas, a evitarem a leitura deste post.

Assim começa esta trama...

Há uns anos atrás, não se sabe como nem porquê e muito menos por quem, as pastelarias resolveram adoptar a prática do esquartejamento alimentar... É verdade!! Quais personagens retiradas de um filme de terror, assassinam perante o meu olhar petrificado bolos inocentes, tão perfeitos na sua forma! O cúmulo aconteceu quando pedi uma bola de berlim numa pastelaria em Corroios e eis que esta me é apresentada com um letal golpe que tragicamente a atravessava... Chocante, eu sei! Tal não foi o meu espanto, que resolvido a indagar a origem e causa de tal 'bolifícina', a única conclusão que consegui apurar foi no sentido de ser "grande" - dizem eles - o hábito de pedir o bolo cortado! Ora muito bem, se um bolo vem inteiro e a pessoa solicita que o cortem em metades para melhor ingerição que fará uma pessoa na posição contrária? Será que dirá: "Olhe, desculpe, eu queria o bolo inteiro, não se importa de o colar?"...

Posto isto e altamente desagradado com a ridicularização de pedir: "Um croissant... Mas inteiro, por favor.", resolvi praticamente fazer contrato de exclusividade com um dos meus bolos preferidos - o pastel de nata, que por grande mistério deste universo tem conseguido escapar incólume a estes trágicos acontecimentos... Até ao dia em que me verei confrontado nos 'Pastéis de Belém', não com 1/2 dúzia de pastéis, mas 1 dúzia de metades!!

Por vezes e por outras

Por vezes caminhas e as tuas pegadas ficam marcadas na areia,
por outras o mar vem e apaga o teu percurso.

Por vezes dizes algo tão simples e consegues chegar a alguém,
por outras gritas mas ninguém te ouve.

Por vezes a viagem é louca, mas termina bem,
por outras vai tão calma mas acaba num acidente.

Por vezes reparas na pétala de uma rosa,
por outras a vida passa por ti e nem dás por isso.

Por vezes vais na rua e o sol beija o teu rosto,
por outras o vento esbofeteia-te irritado.

Por vezes nada fazes e tudo acontece,
por outras arriscas tudo mas não ganhas nada.

Por vezes sonhas acordado,
por outras tomas elevadas doses de realidade.

Por vezes ris sem propósito,
por outras darias tudo para poder chorar.

Por vezes vês alguém nascer,
por outras vês alguém morrer.

Por vezes sonhas,
por outras tens pesadelos.

Flutuo

Flutuo

...Hoje eu vou fingir

E não vou voltar

Despeço-me do que mais quero

Só para não me ouvir dizer

Que as coisas vão mudar

Amanhã ...