quarta-feira, março 22, 2006
domingo, março 12, 2006
O Tempo
Sem Marcha atrás
Musica: Donna Maria
Letra: Miguel A. Majer
O tempo que a gente perde pela vida a correr
O tempo que a gente sonha que é chegar e vencer
O tempo faz de nós um copo pra beber em paz
O tempo é um momento para nunca mais
O tempo mesmo agora fez a terra girar
O tempo sem demora traz as ondas do mar
O tempo que se inventa quando nunca se é capaz
O tempo é um carro novo sem a marcha-atrás
Voei pra te dizer
Sonhei pra te esquecer
Eu sei não vais parar para eu crescer
Eu sei esperei demais
Todos temos o nosso tempo... Tempo de amar, tempo de esquecer, tempo de aprender, tempo de perdoar, tempo até para as pequenas coisas. O Ser Humano é uma partitura composta por uma série de sequências que o próprio vai escrevendo onde os tempos se diferenciam consoante a música.
Esta diferença entre as musicas de nós, entre nós, embate e abala porque o Homem foi construído para caminhar ao passo e compasso que escreve na sua partitura. A expectativa de alguém acompanhar o ritmo do próprio acaba, por isso, muitas vezes frustrada. Será então legítimo esperar de outrem a superação do ritmo e batida com que foi desenhado? Ou será apenas a legitimação de uma prova de adaptabilidade nas relações humanas?
Para a construção de uma ligação entre duas pessoas, importa o sentimento, o espírito, a química e sobretudo o tempo (compasso) que determina a variação e intensidade de cada um destes. Quanto mais se exigir de outrem o condicionamento do seu tempo em função do próprio, mais alto se estará a elevar a desincronização relacional entre ambos. A solução é caminhar lado a lado, acertando o passo... Sem pressas nem manias, o dueto vai nascendo por si.
P.S. Não percam a oportunidade de conhecer o deslumbrante album dos Donna Maria.
sábado, março 04, 2006
Casamento Gay
Todos os cidadãos têm a mesma dignidade social e são iguais perante a lei.
Ninguém pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de qualquer direito ou isento de qualquer dever em razão de ascendência, sexo, raça, língua, território de origem, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, condição social ou orientação sexual.
quarta-feira, março 01, 2006
A Saúde da Alma
A célebre forma de medicina moral (a de Aríston de Chios), «a virtude é a saúde da alma», deveria ser pelo menos assim transformada para se tornar utilizável: «A tua virtude é a saúde da tua alma». Porque em nós não existe qualquer saúde, e todas as experiências que se fizeram para dar este nome a qualquer coisa malograram-se miseravelmente. Importa que se conheça o seu objectivo, o seu horizonte, as suas forças, os seus impulsos, os seus erros e sobretudo o ideal e os fantasmas da sua alma para determinar o que significa a saúde, mesmo para o seu corpo. Existem, portanto, inúmeras saúdes do corpo; e quanto mais se permitir ao indivíduo, a quem não podemos comparar-nos, que levante a cabeça, mais se desaprenderá o dogma da «igualdade dos homens», mais necessário será que os nossos médicos percam a noção de uma saúde normal, de uma dieta normal, de um curso normal da doença. Será só então que se poderá talvez reflectir na saúde e na doença da alma e colocar a virtude particular de cada um nesta saúde, que corre muito o risco de ser num o contrário do que sucede com outro. Restará a grande questão de saber se podemos dispensar a doença, mesmo para desenvolver a nossa virtude, se, nomeadamente, a nossa sede de conhecer, e de nos conhecermos a nós próprios, não tem necessidade da nossa alma doente tanto como da nossa alma saudável, em resumo, se querer exclusivamente a nossa saúde não será um preconceito, uma cobardia e talvez um resto de barbárie mais subtil e do espírito mais retrógado.
Friedrich Nietzsche, in 'A Gaia Ciência'